Um espetáculo em formato triplo sob a visão de três coreógrafos de diferentes estéticas: Daniela Cruz (pt), criadora em expansão no âmbito da dança contemporânea em Portugal, Hamid Ben Mahi (fr) com uma nova visão francesa sobre as danças urbanas e a transdisciplinaridade artística de Igor Calonge (es).
COLOMBINA da coreógrafa Daniela Cruz, trata-se de um dueto que nos capta através do jogo dinâmico de luz e penumbra, que evidencia limpidamente os corpos das bailarinas enquanto se movem contínua e agilmente pelo palco, e do próprio jogo entre as duas.
De início, aparentemente restringidas pelas pontas clássicas e pelas próprias linhas do movimento, as bailarinas acabam por expressar um à vontade através de um vocabulário claramente contemporâneo, numa coreografia por vezes simétrica, e por outras dispersa e livre.
FRAGMENTS conta com a presença ativa de 5 bailarinos em palco. Com uma energia magnética e inconstante, os intérpretes levam-nos numa pequena viagem de diferentes emoções, desde o riso frenético à evidente desaprovação com que encaram o público.
Aqui, o coreógrafo Hamid Ben Mahi, consegue alcançar aquilo que é a construção e desconstrução da harmonia entre o grupo e entre as partes da coreografia, por meio de sucessivas travessias, confrontos, quedas e saltos e de um tipo de movimento absolutamente elástico.
Ao som de uma estimulante música ao vivo, a plateia é levada, assim, ao encontro de um conjunto de corpos cheios de vida, que nos transmitem um leque de vivências através da sua expressividade vincada.
GAIA da autoria de Igor Calonge tem como inspiração a mitologia grega, que assenta na formação de um Cosmos a partir do Caos inicial, e em que Gaia (ou Terra) é a divindade primordial, nascida do vazio, e que dá origem a tudo o resto.
Esta cosmogonia materializa-se na coreografia, através de um início totalmente escuro, em que de uma forma lenta e misteriosa se vai fazendo passar uma pedra de bailarino em bailarino, seguido de um gradual crescendo no movimento que se torna intenso, veloz e visualmente ascendente.
No final, quando parece já ter terminado, voltam ao palco os 7 bailarinos com um movimento pausado como o inicial, podendo ser interpretado como um regresso ao vazio.
COLOMBINA
coreografia e figurinos Daniela Cruz
bailarinos Mariana Malojo, Filipa Prata
sonoplastia Nuno Preto
desenho de luz Joaquim Madaíl
FRAGMENTS
coreografia Hamid Ben Mahi
bailarinos Denise Sá, Mafalda Cardoso, Luis Claro, Michal Wilk, Isabela Rochael
composição musical Domingos Alves
músicos Domingos Alves, Tilike Coelho
desenho de luz Joaquim Madaíl
figurinos Patrícia Costa
GAIA
coreografia e sonoplastia Igor Calonge
bailarinos Mariana Malojo, Filipa Prata, Denise Sá, Mafalda Cardoso, Luis Claro, Michal Wilk, Isabela Rochael
desenho de luz Joaquim Madaíl
figurinos Patrícia Costa
músicas O bone Iesu Giovanni Pierluigi da Palestrina | Esquentando o couro: C. Leao Filho / Escola de samba Mocidade Independente de padre Miguel) Boy about: Harold Budd
fotografia Pedro Sardinha
promoção, difusão e agendamento Companhia Nacional de Espectáculos
A linha conceptual que alicerça a construção da identidade da Kale relaciona-se com a abertura da dança a outras linguagens artísticas, através de um corpo de bailarinos que se adapta a diferentes linguagens e técnicas.
Trabalhou no seu percurso com coreógrafos como André Mesquita, Matxalen Bilbao, La Tierce, Christine Hassid, Hélder Seabra, Jaiotz Osa, Gilles Baron, Olatz de Andrés, Paula Moreno, Eldad Ben- Sasson, Isabel Ariel, Elisabeth Lambeck, Marcelo Ferreira, Giselle Rodrigues, Paula Águas, Isabel Ariel.
in Jornal Universitário do Porto
Colombina | Fragments | Gaia
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