A Carolina foi ao quarto do Escuro porque tinha medo que o escuro fosse ao seu. O Escuro ofereceu-lhe uma lâmpada para apagar quando tivesse medo. O Pássaro da Alma desarrumou tudo e abriu a gaveta do ir. E a Carolina foi. Levou consigo a lâmpada, uma guitarra e as memórias que o avô lhe deu e, por isso, ficou sem elas. Numa viagem pelo mundo, Carolina recolhe e conta as histórias das pessoas que encontra.
E percebe que as pessoas são muito mais diversas do que uma gaveta de tintas despejada no chão. Foi ao lugar Onde Vivem os Monstros, ao País das Pessoas de Pernas Para o Ar, a um campo de refugiados onde se faziam Filas de Sonhos enquanto esperavam que os países se entendessem porque todos queriam ficar com eles. Mas também foi a lugares esquisitos: países onde muito pouquinhos tinham tudo e quase todos tinham nada. Em África aprendeu a verticalidade das mulheres e aprendeu a jogar ao ‘quanto levas’. Veio de lá com um penteado magnífico. Não se lembra como é que chegou a casa.
Um espectáculo para menores de 137 anos, criado e interpretado pela actriz e cantora Carolina Rocha, com uma mãozinha do escuro. Que tinha um defeito de fala. Mas, como explicou o Manuel António Pina, “todos os defeitos têm uma virtude, se não eram defeitos perfeitos.”
Criação e interpretação Carolina Rocha
Cocriação e Direção Pedro Lamares
Ideia original Joaquim Madaíl
Produção Companhia Nacional de Espectáculos
Um projecto Companhia Nacional de Espectáculos
promoção, difusão e agendamento Companhia Nacional de Espectáculos
Carolina Rocha. Nasceu em Guimarães em 2000. Frequentou o curso de interpretação na Academia Contemporânea do espetáculo em Famalicão desde 2015 até 2018 e frequenta desde 2018 o curso de Interpretação na Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo. Estreia-se profissionalmente com “Mulheres-Tráfico” com encenação de Manuel Tur coproduzida com A Turma e MDM. Em 2019, participa numa produção do Ao Cabo Teatro, coproduzido pelo Teatro Nacional de São João, numa encenação de Luís Araújo, “A Tragédia de Júlio César”. Ainda em 2019, participa na criação do espetáculo “Deixa a vida exprimir-se sem disfarce”, encenado por Pedro Lamares. Em 2020, participa no espetáculo “Bestiário, a partir da obra de Fernando Pessoa, numa produção da Companhia Cão Danado, encenado por Sara Barbosa, em Famalicão. Em 2020, ganha ainda o primeiro prémio do concurso de curtas de Vizela “Vizela- Segredos de um Vale.”
Em 2021, participa na peça “Assim se fazem as coisas: Monumental revista Antipopularuxos” Encenado por Ricardo Alves, com a companhia Palmilha Dentada. Em 2022, participa na encenação da realizadora Luísa Sequeira, com o Teatro Experimental do Porto, com a peça “Rosas de Maio”. Cria também o concerto/ recital “Unlikely Jukebox”, que leva a Paris, no encerramento do Planet Hollywood na Disneyland Paris.
Instituto da Educação
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